Dnocs reconhece que não houve cessão regular para construções na área. Ocupações geram poluição e abrangem trechos de preservação, diz MPF.
Além de contribuir para a poluição das águas do reservatório, o MPF afirma que as construções são incompatíveis com o uso adequado do açude e abrangem trechos que deveriam ser destinados à preservação permanente. O Dnocs confirmou que nunca houve cessão regular para as construções na área.
A ação civil inclui pedido de tutela antecipada e requer a identificação das ocupações e construções irregulares, bem como a situação fundiária das mesmas e o nome de seus proprietários, para que seja promovida a desocupação dos imóveis e demolidas as construções.
O MPF requer o mapeamento e regularização oficial das áreas passíveis de ocupação, com a distribuição ou redistribuição dos lotes de modo que seus tamanhos e finalidades sejam compatíveis com o uso adequado do açude.
A ação exige ainda a inclusão de medidas preventivas, nos contratos de cessão de uso a serem firmados, para evitar o agravamento da poluição do açude, seja por resíduos sólidos ou líquidos provenientes de atividades agrícolas, esgotos domésticos ou industriais, ou ainda pelo uso de agrotóxicos.
Além disso, requer a inserção de cláusulas que determinem a imediata rescisão no caso de utilização da área para atividades contrárias à finalidade do reservatório ou que desrespeitem as normas ambientais.
O Ministério Público Federal enfatiza que existem evidentes problemas de saúde pública envolvendo o açude, questões que resultam em sérios impactos para o meio ambiente, sobretudo em decorrência da água, atualmente sem condições adequadas para consumo humano.
Uma recomendação foi enviada pelo MPF ao Dnocs há mais de seis meses cobrando do órgão a identificação das ocupações e construções irregulares do Itans. Porém, na ocasião a autarquia sequer informou quais as medidas adotadas para sanar as irregularidades detectadas por seus próprios agentes no entorno do açude.