
• COM SERVIÇOSCaern destrói ruas de MossoróMAGNOS ALVES
Da Redação
Está difícil para o mossoroense sair de casa e não se deparar com um buraco. Rua sim, rua não de Mossoró está esburacada. Parte desse cenário deve-se às chuvas, mas o grande vilão dessa buraqueira toda é a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN).
Não são poucas as ruas e avenidas que estavam em bom estado, mas passaram a lembrar uma tábua de pirulito depois que a Caern passou com as suas obras, quebrando tudo e deixando os buracos para trás.
A Avenida Jerônimo Rosado, no Centro, é um exemplo. A Caern passou por lá e hoje a via está cheia de buracos. Um problema diário para quem trafega e mora ao longo do seu percurso.
A diretora do Sindicato dos Empregados do Comércio de Mossoró e Região (SECOM), Raimunda Soares, relatou que os buracos se tornaram um perigo para quem trafega na Jerônimo Rosado. Ela explicou que os motoristas com o objetivo de se livrar da buraqueira estão sempre guiando por um dos lados da pista e chegando bem próximo dos veículos que ficam estacionados em frente à sede do sindicato, onde existe um buraco grade. "A gente costumava ficar conversando na calçada e próximo aos veículos após o expediente, mas hoje não dá mais por conta do risco de acidente", declarou a sindicalista.
A situação fica ainda pior na avenida quando chove. Lagoas de água se formam em frente às residências dificultando a entrada e saída das pessoas. "Tem pessoas que moram aqui há décadas, mas estão pensando em vender as casas por conta desses problemas", revelou Raimunda, mostrando uma placa de venda em uma casa.
A notícia para quem mora ao longo da Jerônimo Rosado não é boa. O conselho é que esse pessoal comece a se acostumar com os buracos e a água empossada em frente às casas.
É que, segundo o gerente da Caern em Mossoró, Neilton Barreto, esse trecho só deve ser recuperado após a realização de mais dois serviços. Ele informou que as redes de água e esgoto da avenida terão que ser trocadas para só depois a Jerônimo Rosado ser recuperada. "Não podemos fazer a recuperação agora sabendo que vamos ter que quebrar tudo novamente", justificou.
Com relação às outras ruas esburacadas, Neilton explicou que o problema está no uso do asfalto, que não é o ideal. "Trabalhamos com o asfalto CBUQ, que não pode mais ser usado depois que esfria. Isso torna a operação tapa-buraco complicada, já que as ruas ficam distantes umas das outras", acrescentou, afirmando que está buscando outro tipo de asfalto fora do Rio Grande do Norte.
Os buracos abertos não são os únicos problemas criados pela Caern em Mossoró. Mesmo quando faz o serviço de recuperação das vias, a Caern deixa a desejar. O motivo é a má qualidade do serviço.
Milhares de pessoas que trafegam na Avenida Presidente Dutra, no Alto de São Manoel, já perceberam que a via ganhou uma elevação ao longo do trecho que foi retirado pela Caern para colocar uma nova tubulação. "Quando a gente sai de um lado da pista para o outro sente a diferença", relatou o mototaxista Raimundo Nonato de Almeida, acrescentando "que parece que a gente está entrando em outra pista por conta da altura".
Neilton disse que já conversou com as empresas para avaliar melhor os serviços. "As empresas constroem a pista mais alta para o caso de o asfalto ceder, mas realmente em alguns casos existe exagero", reconheceu o gerente. Água de poço é disputada
Uma cena de décadas passadas passou a ser atual desde os últimos dias em Mossoró. Moradores dos bairros Bom Jardim, Paredões, Barrocas e adjacências se tornaram freqüentadores diários de um poço da Caern localizado no Bom Jardim. A motivação para esse reencontro não é nostalgia, mas a falta de água mesmo.
Morador do Bom Jardim, o porteiro Cícero Romão Batista relatou que há quase 10 dias não chega água nas torneiras de sua casa. Sem opção, ele, todos os dias, enfrenta uma fila grande para coletar alguns litros de água. "A água para beber eu estou comprando, mas para os afazeres da casa tem que vir pegar aqui", declarou.
O carroceiro Genilsivan Rafael também está enfrentando a mesma rotina. Ele mora nos Paredões, onde não chega água nas torneiras há uma semana. Todos os dias ele pega a carroça e vai pegar água no poço do Bom Jardim. "O mais vergonhoso é que tem água no poço, mas a Caern não libera para as residências", reclamou Genilsivan, lembrando que todos os meses a conta de água chega sem qualquer abatimento. Vazão de água será reduzida pela metade
A vazão da água da adutora Jerônimo Rosado no trecho que abastece a zona oeste de Mossoró será reduzida pela metade por pelo menos uma semana. Esse deve ser o tempo necessário para a recuperação dos 100 metros da adutora que se deslocaram da ponte sobre o rio Mossoró localizada na Avenida Leste-Oeste no último sábado, 2.
O acidente prejudicou de imediato o fornecimento de água para os bairros Alto de São Manoel, Alto do Sumaré, Liberdade, Dom Jaime Câmara, Costa e Silva, Planalto 13 de Maio, Centro, Paredões, Bom Jardim, Barrocas, Alto da Conceição, Alto do Xerém, Boa Vista e Doze Anos.
Um serviço emergencial foi finalizado nesta segunda-feira, quando uma tubulação provisória de 250mm complementou a adutora.
A tubulação com a medição original de 500mm será colocada nos próximos dias.
Até lá, o gerente da Caern, Neilton Barreto, orientou à população da zona oeste a economizar água. O problema é que lá já não tem água. 
Residência universitária está à venda
Ellen Dias
Da Redação
Alunas das residências universitárias I e II reclamam das condições de vida no local e temem o destino que terão de tomar nos próximos dias, já que a casa em que moram está à venda.
Cursar uma faculdade hoje em dia pode parecer algo fácil, comparando-se com as dificuldades de alguns anos trás. Porém, para algumas pessoas, entrar num curso superior ainda é um desafio, e muitas vezes a maior dificuldade não é nem tanto ingressar na universidade; é ter condições de cursá-la. Mesmo para quem consegue uma vaga em uma universidade pública, apesar de não ter despesa com mensalidade, as dificuldades ainda existem.
Para estudantes que moram em pequenas cidades onde não há universidades ou a disponibilidade de cursos é baixa e precisam se arriscar a sair de suas casas para tentarem a vida em outra cidade para realizar o sonho de cursar uma faculdade traz consigo muitos problemas.
A principal preocupação dessas pessoas é arrumar um lugar para morar. Para isso, as universidades oferecem as residências universitárias, onde estudantes de baixa renda podem morar enquanto estiverem cursando a faculdade.
Ter um lar já seria uma preocupação a menos. Mas será que a maioria das pessoas sabe em que condições vivem esses jovens?
As alunas das residências universitárias femininas I e II da Universidade do Estado do rio Grande do Norte (UERN) estão reclamando das condições de vida a que estão expostas, segundo depoimentos, e como a equipe de reportagem pôde constatar, as duas casas estão em estado de péssima conservação.
Vazamento, segurança, infiltração e falta de auxílio nas despesas são algumas das dificuldades que as estudantes enfrentam diariamente.
Na residência I, 37 garotas dividem o espaço, em quartos superlotados. A reclamação do grupo é que estaria faltando gás na casa desde a última sexta-feira. Sem ter como cozinhar em casa, as meninas tentam se virar. "Quem pode sai para almoçar na rua, quem não pode come bolacha", diz a estudante do 4° período do curso de Pedagogia Natália da Silva.
Outra preocupação das meninas diz respeito à sala de estudos. Na residência I, as estudantes se reuniram e colocaram um sistema de internet, que agora está ameaçado por causa das goteiras e da grande quantidade de água que se acumula no local quando chove.
Já, na residência II, o problema é a própria sala de estudos. A casa não oferece um local apropriado e as garotas improvisaram um espaço em pequeno quarto dos fundos que não pode ser utilizado à noite porque as portas e janelas estão quebradas.
Além disso, as jovens também relatam que nas duas casas, por serem antigas, a presença de ratos e baratas é constante, e que já utilizaram inseticida, mão não resolveu o problema.
VENDA Entretanto, a maior preocupação das estudantes que moram na residência I é relacionada a uma placa com anúncio de venda do imóvel que foi colocada há cerca de duas semanas. As jovens estão preocupadas por não saberem para onde serão mandadas e também por não quererem sair do local: "A gente quer ficar aqui porque é melhor, já temos despesas com alimentação, e se sairmos para outro ponto teremos que gastar também com transporte. Aqui é melhor porque é fácil de pegar carona para a faculdade porque é no Centro. A gente não quer sair daqui; a gente quer o apoio da Uern. A universidade tem que ter responsabilidade com a gente, são meninas de famílias pobres que moram aqui", reclamou a estudante do sétimo período do curso de Filosofia Jeiza Francisca Antonia da Silva.
Prédio é alugado e Uern não pode impedir venda
Para esclarecer todos esses problemas, a equipe de reportagem do DE FATO procurou o Departamento de Assuntos Estudantis da Uern (DAE). A primeira informação sobre o caso veio do secretário do departamento, Agenor Júnior, que, a respeito da venda da casa, disse que "a casa é alugada, o dono pediu e já está se vendo uma nova casa, até mais próxima do campus".
Entretanto, as explicações mesmo foram dadas pela diretora do DAE, professora Kelânia Freire.
Sobre os problemas com manutenção, Kelânia admite que as dificuldades existem em todas as residências universitárias da Uern, inclusive nas residências masculinas. O maior problema, segundo ela, é que as casas são antigas e, com isso, trazem todos esses problemas.
Com relação à compra dos colchões que foram prometidos às estudantes, a diretora disse que o assunto deve ser resolvido a partir deste mês, quando a universidade liberar o orçamento e puder fazer uma licitação.
Em relação à venda da casa, Kelânia confirmou a informação dada pelo secretário e disse que já está vendo outras possibilidades, inclusive a de mudar as meninas para um imóvel próximo ao campus, mas que o problema seria a resistência das estudantes em quererem permanecer no centro da cidade.
"O imóvel não é da Uern e não podemos impedir que seja vendido", declarou a diretora do DAE.
Sobre a possibilidade de se construir uma vila universitária dentro da universidade, a diretora disse que o projeto existe, mas a execução não depende somente da Uern: "É preciso dinheiro para isso. Essa questão depende mais do Governo do Estado."

Sindicato diz que há seis meses não recebe contribuição sindical da CSDR
O Sindicato dos Trabalhadores em Hospitais Particulares de Mossoró (SINTRAPAM), mais uma vez, vem à tona para reclamar contra a Casa de Saúde Dix-sept Rosado (CSDR). Segundo o presidente do sindicato, Luiz Avelino, há seis meses que a contribuição sindical é recolhida dos servidores da unidade, mas não é repassada ao seu destino: o Sintrapam.
Mensalmente, no contracheque dos trabalhadores vem o desconto de 2% referente à contribuição sindical, mas o presidente afirma que os valores recolhidos dos mais de 200 funcionários não têm sido repassados. Ele estima que o sindicato já deixou de receber aproximadamente R$ 12 mil referentes ao último semestre. "A cada mês recebemos em média R$ 2 mil que são recolhidos do contracheque dos funcionários", aponta ele.
Durante toda a tarde, a reportagem do DE FATO tentou entrar em contato com a direção da Unidade, que tem à frente André Néo, para que explicassem a situação, no entanto a recepção alegava que a direção estava em reunião. Em contrapartida, o sindicalista Luiz Avelino explica que entrou em contato com a direção, "e ela informa apenas que não sabe o que está acontecendo e afirma que não tem condições de repassar", diz Avelino.
Ele contesta ainda a falta de transparência: "O dinheiro é recolhido do contracheque dos funcionários e como é que não tem dinheiro?", questiona. A situação será levada à II Delegacia de Plantão, que intimou a direção a prestar esclarecimento sobre a situação. O sindicato também denunciou a falta de repasse ao Ministério Público Federal.
Essa não é a primeira vez neste ano que o Sintrapam entra em embate direto com a direção da Casa de Saúde Dix-sept Rosado. Entre os dias 12 e 28 de fevereiro, parte dos trabalhadores da unidade paralisou as atividades por 12 dias porque estavam com salários atrasados e as férias ainda não haviam sido pagas. Avelino volta a situar o episódio e afirma que o direito a férias referentes ao mês de fevereiro ainda não foi pago e, quanto ao salário, "tem ficado sempre um mês dentro", complementa o sindicalista.
E os problemas ainda não param por aí. O embate entre o Sintrapam e a Dix-sept Rosado deve voltar à Delegacia do Trabalho porque a categoria diz que os dias de greve foram descontados e "não está certo porque o movimento não foi considerado ilegal", diz Luis Avelino, presidente do Sintrapam. 
Câmara agenda comemoração para líder comunitário
Com o objetivo de comemorar o Dia do Líder Comunitário, a Câmara Municipal agendou para o dia 14 de abril um evento que vai reunir uma audiência pública e sessão solene, atendendo solicitações dos vereadores Claudionor dos Santos, que apresentou requerimento para a realização de sessão solene em homenagem ao Dia do Líder Comunitário, e Francisco José Júnior, que apresentou requerimento para a realização de audiência pública para discutir os problemas enfrentados pelas lideranças comunitárias em Mossoró.
De acordo com o presidente da Casa, Francisco José Júnior, o trabalho do líder comunitário é essencial para o desenvolvimento das atividades da Câmara Municipal e a homenagem é mais do que justa. "Os líderes comunitários trabalham diretamente conosco. São peças fundamentais para o trabalho do vereador. Infelizmente, nem sempre é valorizado, e no dia a dia enfrentam muitas dificuldades. Por isso mesmo, vamos proporcionar esse momento para, ao mesmo tempo, homenagear e refletir esses nossos colaboradores", afirmou o presidente da Casa. FONTE JORNAL DE FATO |