FRANCISCO DE ASSIS SE INTITULAVA O DENTISTA DO POVO E JÁ TINHA SIDO PRESO ANTES.


As pessoas que praticam o crime geralmente têm noções dos procedimentos e termos usados pelos dentistas. Como o senhor acha que eles adquirem esses conhecimentos?
Geralmente as pessoas que praticam o crime se enquadram em três perfis. Primeiro, alguns deles são assistentes e técnicos de prótese. Segundo, já tem a profissão na família, geralmente o pai. Por último, temos a questão da história. Pessoas que viam a profissão no passado nas épocas em que os dentistas aprendiam na prática.
Como ocorreu a denúncia?
Da primeira vez, pois ele já é reincidente no delito, recebemos uma denúncia de uma pessoa que se consultou e fez um procedimento com o mesmo. Nós tivemos a oportunidade de examinar o paciente do falso dentista e o mesmo nos deu todo o apoio nos acompanhando até o falso consultório na data da primeira apreensão. Em poucos meses, recebemos esta nova denúncia através de um dentista membro de nosso conselho que atendeu uma pessoa com complicações devido a um procedimento mau feito. Quando foi perguntado ao mesmo onde ele tinha feito tal procedimento a vítima nos informou que tinha feito na clínica Dentista do Povo, na zona Norte. A partir daí começamos a investigar e tivemos êxito mais uma vez.
O senhor gostaria de deixar algum alerta a sociedade?
É importante que todos analisem o ambiente e o material, bem como procurem informações sobre quem lhe atende. Vejam se em algum dos documentos consta o número do registro do mesmo no CRO. Essas coisas são importantes quando falamos de nossa saúde e a última coisa que devemos analisar é o preço, porque nem sempre melhor preço significa qualidade e segurança. Com saúde não se brinca.