
O jornal O Mossoroense teve acesso às celas destruídas, onde foi possível notar nos corredores da unidade um rastro de destruição deixado pelos presos rebelados. Grades arrancadas, colchões rasgados, paredes destroçadas, lixo e comidas jogadas nos corredores mostravam a fúria dos presos, que por pouco não conseguiram ganhar o pátio da unidade e fugirem em grande número.
A direção do presídio informou que por volta das 8h, os detentos começaram a quebrar a carceragem, tendo aberto todas as celas e chegado à área de sol do regime fechado, por onde pretendiam escapar. "Quando chegamos para ver o que estava acontecendo os presos já estavam no solar, prontos para saírem por uma brecha que tem na serpentina. Graças à intervenção dos guariteiros, que dispararam alguns tiros para afugentar os rebelados, que só foram contidos em definitivo com a chegada do reforço", explicou um agente penitenciário.
A vice-diretora do CPEAMN, Marileide, disse que no momento em que aconteceu a quebradeira dentro das celas, apenas seis agentes estavam de plantão, sendo necessária a ajuda do Grupo Tático Operacional (GTO) e do Grupo de Escolta Penal (GEP).
A vice-diretora explicou também que toda a revolta dos presos teria sido gerada por uma tentativa de fuga abortada na última terça-feira. Na ocasião, uma cela teria sido danificada e os presos se preparavam para fugir, quando foram impedidos. "Como forma de punição foram retiradas as regalias, como televisão e rádio. Na manhã seguinte, diante do clima tenso, foi suspensa a visita íntima, agravando ainda mais a situação", disse.
Os presos rebelados do Pavilhão III, foram distribuídos nas celas do Pavilhão II, onde superlotou a carceragem. Para se ter uma ideia , uma cela projetada para oito detentos está abrigando aproximadamente 30 presos, em uma infraestrutura condenada pelos órgãos de segurança.
Completando a situação gravíssima que se alojou na penitenciária, uma rede de esgoto estourada acumula lama e mau cheiro.
A direção do presídio já entrou em contato com a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) para providenciar o reparo das celas destruídas.