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terça-feira, 25 de agosto de 2015

GOVERNO DO RN QUER REMANEJAR DE 400 A 500 PRESOS PARA CONTER REBELIÕES



Para Sejuc, remanejamento é uma solução imediata para conter crise. Setenta e um detentos já foram transferidos do Pereirão, em Caicó.

O governo do Rio Grande do Norte quer remanejar entre 400 e 500 presos para conter as brigas entre facções criminosas que resultaram em seis mortes nos últimos nove dias nas unidades prisionais do estado. A medida foi  uma das anunciadas pelo secretário estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc), Edilson França, depois de uma reunião da cúpula da segurança pública sobre as recentes rebeliões no sistema penitenciário.

Na tarde desta terça-feira (25) os presos da Penitenciária Estadual Desembargador Francisco Pereira da Nóbrega, o Pereirão, em Caicó, na região Seridó, começaram a ser transferidos. Uma rebelião realizada nesta segunda-feira (24) deixou a unidade prisional parcialmente destruída. No total 71 detentos do pavilhão E foram remanejados para o Presídio Rogério Coutinho Madruga, em Nísia Floresta, na Grande Natal.

Em entrevista ao RN TV 1ª Edição, França afirma que o governo esperava por retaliações dentro dos presídios após a morte de quatro detentos na penitenciária de Caraúbas. "Nós temos grupos antagônicos evidentemente lutando entre si e desde as primeiras mortes em Caraúbas, nós sabíamos que haveria retaliações dentro dos presídios", afirmou.

"O primeiro passo é o do remanejamento, para tentar conciliar as unidades trazendo para elas uma certa paz, tirando os brigões de uma possibilidade de confronto imediato. Nós estamos removendo os brigões, esse pessoal precisa saber que o Estado está presente", concluiu. Além do secretário Edilson França, participaram da reunião a secretária de segurança pública, Kalina Leite, e diretores das unidades prisionais de Natal e da Grande Natal.

Presos do Penitenciária Pereirão, em Caicó, foram transferidos nesta terça (Foto: Hugo Andrade/Inter TV Cabugi)
Presos do Penitenciária Pereirão foram transferidos nesta terça (Foto: Hugo Andrade/Inter TV Costa Branca).

Penitenciária destruída

Quatro dos cinco pavilhões da Penitenciária Estadual Desembargador Francisco Pereira da Nóbrega, o Pereirão, em Caicó, na região Seridó do Rio Grande do Norte, foram parcialmente destruídos durante uma rebelião ocorrida na noite desta segunda-feira (24). Na tentativa de vingar a morte de um interno, assassinado a facadas durante uma briga envolvendo membros de facções rivais, detentos quebraram cadeados, arrancaram grades das celas, arrombaram paredes e incendiaram colchões e lençóis. Os pavilhões destruídos estavam sendo reformados e o trabalho já havia entrado na fase de conclusão.

A Penitenciária Estadual do Seridó foi uma das 14 unidades depredadas durante uma onda de rebeliões que afetou o sistema carcerário potiguar durante o mês de março deste ano. O Pereirão, inclusive, foi um dos mais danificados. Depois dos motins, o governo do estado decretou situação de calamidade no sistema penitenciário e a Força Nacional foi enviada para reforçar a segurança nos presídios.

Ao tomarem conhecimento da tentativa de invasão do Pavilhão E, no Pereirão, presos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, e na Penitenciária Agrícola Dr. Mário Negócio, em Mossoró, ficaram agitados e tentaram causar tumultos nas unidades, mas logo foram contidos.

Controle da penitenciária foi retomado no início da manhã, após intervenção do Batalhão de Choque da PM e BOPE (Foto: Divulgação/Polícia Militar)
Controle da penitenciária foi retomado no início da manhã (Foto: Divulgação/Polícia Militar).

Mortes

Presos que fazem parte das duas facções criminosas vêm se confrontando dentro das unidades prisionais do estado desde o dia 16 de agosto, quando quatro detentos foram mortos na Cadeia Pública de Caraúbas, na região Oeste do estado. Dois dias depois, um preso foi morto no Presídio Rogério Coutinho Madruga, em Nísia Floresta, na Grande Natal. Na manhã desta segunda-feira (24), no próprio Pereirão, em Caicó, um interno também foi assassinado.

Policiais militares e agentes penitenciários retomaram o controle da Cadeia Pública de Caraúbas (Foto: Divulgação/PM)

Na Cadeia Pública de Caraúbas foram mortos Antônio Edigleidson de Souza, o Ceará, de 27 anos; Genilson Bezerra de Oliveira, mais conhecido como Assuzinho ou Quinho, de 36 anos; Gledstone Clementino Araújo, chamado de Jacaré, de 36 anos; e João Paulo Silva Dias, o JP, de 38 anos.
No Presídio Rogério Coutinho Madruga o preso assassinado foi Emerson Santos da Luz, de 28 anos, mais conhecido como 'Índio'.

Já no Pereirão, foi morto o detento Fábio Júnior da Silva Patrício, 21 anos, natural da cidade de Serra Caiada.

Em ambos os casos, a Polícia Civil ainda trabalha para identificar os responsáveis pelos crimes.

Penitenciária Estadual de Alcaçuz, maior unidade prisional do Rio Grande do Norte (Foto: Canindé Soares/G1)
Penitenciária Estadual de Alcaçuz, maior unidade prisional do Rio Grande do Norte (Foto: Canindé Soares/G1).

Facções

Durante 10 meses do ano passado, o Ministério Público do Rio Grande do Norte realizou uma investigação que revelou a existência de duas organizações criminosas responsáveis por ‘ditarem as diretrizes e princípios’ no sistema penitenciário do estado. Estas diretrizes e princípios, segundo o MP, são seguidas pelos integrantes das organizações que articulam crimes dentro e fora dos presídios.

Presos vindos de Nova Cruz chegam ao presídio de Alcaçuz para a transferência (Foto: Felipe Gibson/G1)

O órgão ministerial aponta ainda que um dos grupos tem forte relação com outros estados da federação. As denúncias feitas apontam a existência de organizações criminosas dentro do sistema penitenciário estadual desde 2003. Na ocasião, "diversas fontes" relataram ao MP a existência de uma facção dando as ordens na Penitenciária João Chaves, na Zona Norte de Natal. Desativada em 2006, a unidade ficou conhecida como ‘Caldeirão do Diabo’.

Alcatraz

No dia 2 de dezembro foi realizada uma operação denominada 'Alcatraz' - uma alusão ao nome da penitenciária americana instalada na ilha de Alcatraz, que no início do século XX recebia os chamados chefões do crime organizado. Em vários presídios do RN, e fora deles também, foram cumpridos 223 mandados de prisão e 97 mandados de busca e apreensão. A operação envolveu o Ministério Público, Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal.

Dos 223 mandados de prisão, 154 foram para investigados já presos, integrantes das duas organizações criminosas. Além do Rio Grande do Norte, as ordens judiciais foram cumpridas também em São Paulo, Paraná e Paraíba. No RN, os mandados foram cumpridos em Natal, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Currais Novos, Caicó, Assu, Parelhas, Lajes, Jucurutu, Jardim do Seridó, Jardim de Piranhas, São Vicente, Acari, Cruzeta e Santa Cruz.

FONTE: G1RN
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